20 janeiro 2014

Crônica, chronique, crónica. Brasil-México-França (1800-1930)


« Crônica, chronique, crónica. Brasil-México-França (1800-1930) »[1]
Organização: Lúcia Granja (UNESP) e Lise Andries (CELLF- Sorbonne IV)
6-8 de março de 2014
Ibilce- UNESP – São José do Rio Preto/ São Paulo/Brasil

APRESENTAÇÃO:
O colóquio “Crônica, chonique, crónica. Brasil-México-França (1800-1930) procurará avançar as discussões sobre a circulação da imprensa no século XIX, reunindo especialistas da crônica.
Na continuidade do colóquio que ocorreu em 2009 – na UNESP, câmpus de São José do Rio Preto, com apoio da FAPESP e do Comissariat do  Ano da França no Brasil, intitulado “Literaturas e escritas jornalísticas, França-Brasil, 1800-1930” –,  desejamos analisar as especificidades da crônica, uma forma poética híbrida que toma emprestado tanto à literatura como à imprensa, e que se constitui pouco a pouco como gênero autônomo, ao longo do século XIX. Reuniremos pesquisadores franceses, brasileiros, mexicanos e um canadense, sendo a nossa perspectiva centrada nas trocas culturais (aí inclusa a circulação do impresso) entre países e continentes, tais e quais foram praticadas no século XIX, em suas ligações com a evolução e as variações desse gênero em especial, a crônica. Nesse caso, definimos como eixos de estudo: 
1)      A circulação de objetos, ideias e homens, acentuando a circulação dos “passeurs culturais”, tradutores, diplomatas, viajantes, escritores e jornalistas
2)      As transferências, empréstimos, adaptações, traduções, recriações e imitações no interior do continente americano e de um continente a outro. Nesse processo, a Europa pode servir de modelo, mas não forçosamente de maneira sistemática. Assim, convém questionar o valor da noção de “América Latina” no processo de construção identitária das novas repúblicas emergidas das lutas da independência, sempre pensando que foram os jornais os suportes nos quais as elites locais expressaram o seu desejo de se apropriar das referências europeias para estabelecer sua ruptura com o passado colonial: levaremos em conta, ainda, as diferenciações históricas, linguísticas e culturais entre as repúblicas independentes hispanofônicas e o Brasil; por fim, interrogar-nos-emos sobre as relações entre a “América latina” e a América anglófona.
3)      A especificidade da crônica como forma de escrita e as suas relações com outras rubricas jornalísticas, tal como o folhetim. Segundo Marie-Éve Thérenty, a crônica é uma invenção francesa. No Jornal do Commercio, ela seria classificada como um “grosseiro galicismo”. Sua escrita em patchwork é tributária da periodicidade se seu suporte e testemunha com uma visão fragmentada a atualidade. É necessário tornar mais preciso o estatuto da crônica em função das estratégias literárias de seu autor: a crônica é realmente um gênero menor, como pensa crítica literária brasileira, mesmo tendo sido praticada por atores consagrados? O reconhecimento estético da crônica, enfim, é uma questão a explorar.


[1] Línguas do colóquio : português, francês, espanhol e inglês.

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